Casa onde morou Margarida Maria Alves. Hoje funciona um memorial em sua homenagem. |
Por Rodrigo Menezes
Margarida foi uma líder sindical que militou em prol dos trabalhadores rurais. Nascida no sítio Jacú em 05 de março de 1932, no município alagoagrandense, entrou para o sindicalismo ao conhecer o Presidente do Sindicato, Severino Cassimiro, com quem se casaria futruramente.
Para os que a conheceram, margarida era uma mulher destemida e apaixonada pela causa que defendia. Batalhava para garantir melhores condições de trabalho no campo. E como boa parte dos líderes sindicais da época, foi perseguida e assassinada brutalmente, no dia 12 de agosto de 1983, com um tiro de espingarda calibre 12 no rosto, na sala de casa, ao abrir a porta para alguém que batia chamando por ela. Eram seis horas da noite, e logo após o disparo, toda a cidade se apagou numa, talvez proposital, queda de energia. Maria estava na sala com o marido, e seu filho jogava bila na rua com os amigos.
Hoje é possível encontrar um pouco sobre a história da mártir alagoagrandense em um memorial em sua homenagem, situado na casa em que ela morava e onde foi morta. E, se tiver sorte, ainda se encantar em uma conversa com Seu Cassimiro, viúvo de Margarida, que mora vizinho à sua antiga casa.
No auge dos seus 90 anos, Seu Cassimiro recebe maravilhosamente bem aos que lhe procuram para saber mais da vida de sua falecida esposa. Paciente e com um sorriso pronto para ser solto à menor deixa, o senhor de fala lenta, pede desculpas pelo esquecimento que lhe afeta. Mas sua receptividade, disposição e idade já lhe dão aval suficiente para esquecer sem o menor constrangimento.
Ao ser perguntado se a culpa de Margarida ter entrado na luta era dele, o senhor de 90 anos sorri, afirmando que não só a ex-esposa, mas também Dona Ana, a sua atual mulher, entrou no sindicato por sua causa. A razão de Maria era a luta pelos direitos dos trabalhadores do campo. Foi por defendê-los que ela morreu. E a morte transformou a líder em mártir, heroína do lugar.
“É melhor morrer na luta do que morrer de fome” (Margarida Maria Alves)
Margarida Maria Alves |
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