Vista aérea do centro de Alagoa Grande, região atingida pela enchente causa pelo rompimento de Camará. |
Por Rodrigo Menezes
O dia era 17 de junho de 2004, por volta das 17hs e 30 min. a barragem de Camará, localizada no município de Alagoa Nova, vizinho à Alagoa Grande, se rompeu. A notícia da quebra da represa chegou em Alagoa Grande cerca de meia hora depois e apesar do risco de enchente, só às 20 h o sinal de alerta foi dado para que moradores de áreas de risco deixassem suas residências. Em questão de minutos a água já tomava ruas e casas da cidade.
Foram prédios históricos, casas, estabelecimentos comerciais e rurais, tudo tomado pelas águas de Camará, que invadiram Alagoa Grande entrando pelo canal de escoamento da lagoa do Paó, após ter feito do pacato rio Mamanguape um caminho fluvial de destruição. Foram 19 milhões de metros cúbicos de água que desceram a Serra da Borborema e alagaram a cidade. Na casa de Erielson Pereira, as águas chegaram a atingir 1,8 m de altura, “foi de repente, quando eu abri a porta da cozinha vi a água subindo, só deu tempo de pegar os documentos e sair de casa”, relembra ele.
Naquele momento a barragem estava com 70% de sua capacidade, e era a primeira vez que ela represava tamanha quantidade hídrica. De acordo com o geógrafo George, falhas na construção e falta de manutenção fizeram com que a represa ruísse.
Segundo o Presidente da Câmara de Vereadores, Josildo Oliveira, que na época ocupava o cargo de vice-prefeito do município alagoagrandense, mais de mil famílias foram atingidas, “as seqüelas do acidente de Camará, são profundas, as pessoas perderam suas casas e pertences de valor inestimável. Os prejuízos foram incalculáveis, e só de indenização, foram gastos mais de 10 milhões de reais pelo governo do estado”. Após 6 anos do desastre, não podemos dizer que Alagoa Grande está completamente recuperada, após a inundação, o rio Mamanguape se encontra assoreado, assim também como a Lagoa do Paó e as galerias de escoamento pluvial da cidade.
Recentemente houve nova licitação pra a reconstrução da Barragem de Camará, o que reascendeu o receio da população de uma nova tragédia. Uma experiência traumática para os alagoagrandenses, que os faz conviver até hoje com o medo.
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