Alagoa Grande e o Cinema

Fachada do antigo Cine Santo Antônio.
Hoje com vários estabelecimentos comerciais.

Por Rodrigo Menezes

Tratando-se de cinema, Alagoa Grande sempre esteve na vanguarda da Paraíba. “A cidade viu cinema pela primeira vez em 1912, com a passagem do ambulante ‘Cinema Halley’, que chegou aqui vindo de trem”, nos conta o historiador José Avelar. Em 1920, Getúlio Cavalcanti de Albuquerque, funda o ”Cinema Brasil”. Era época do cinema mudo, e as sessões eram acompanhadas de um grupo musical composto por violino, piano, violão e bateria. Outro Cinema passou a ter exibições na década de 30, era de propriedade do cônego Firmino Cavalcati.

A chegada do cinema falado foi no Teatro Santa Ignez em 1937, trazido pelo senhor Francisco Agripino Cavalcanti (Bido), que funcionou até 1940. Oito anos depois surge o “Cine Santa Ignez”, também no prédio do teatro, com a exibição de “Anos de Ternura”. Em 1961 o “Cine Santa Ignez” muda-se para outro prédio e passa a se chamar “Cine Santo Antônio”, onde foram exibidos filmes de grande sucesso como “O Rei dos Reis”, “Ben-Hur”, “Cleópatra” e “Por Quem os Sinos Dobram”.

Em 57, outro cinema, o “São José”, começou a funcionar com uma máquina de projeção que posteriormente foi vendida e deu origem ao “Cine Santa Ana”, que anos depois deu lugar ao “Cine Clássico” e posteriormente ao “Cine Alagoense”. Foi o “São José” que exibiu “E o Vento Levou”, “Luzes da Ribalta” e “Os Brutos Também Amam”.

A partir da década de 70, com a decadência econômica de Alagoa Grande, a influência das telenovelas e a chegada do vídeo cassete, o “Cine Santo Antônio” e o “Cine Alagoense” foram perdendo espaço e espectadores. Tendo o primeiro fechado as portas em 1986 e o segundo no ano seguinte.