sexta-feira, 21 de maio de 2010

"Não se pode, mas se quer"

Escola Estadual Padre Hildon Bandeira


Por Rodrigo Menezes

Em meados do século XX chega à Alagoa Grande o Padre Hildon Bandeira. Baiano de Candeias, o pároco trouxe para a terra de Jackson do Pandeiro uma maneira peculiar de exercer o sacerdócio, fazendo uma verdadeira “revolução”, como nos conta o senhor Javancy Celso. O sacerdote não se limitava às questões espirituais, mas se envolvia também no que se refere à cultura, esportes e educação.

Como principal padre da cidade chegou a colocar um sistema de alto-falantes na torre da igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, onde todos os dias acordava a população com músicas clássicas e pregações, já que era um excelente orador sacro, segundo os que chegaram a ouvi-lo, “a gente acordava com os mais belos clássicos”, rememora Celso.

Empenhado em melhorar a cidade de uma forma geral, o Padre Hildon encabeça uma campanha para a construção de um Ginásio, visto a necessidade local em se ter uma escola deste nível. Movida pelo slogan “Não se pode, mas se quer” a população junta-se ao padre e em mutirão constrói o Ginásio São José, hoje Escola Estadual Hildon Bandeira. “Todo mundo participou na construção do colégio”, relembra Javancy.

O padre chegou até a trazer para Alagoa Grande um Congresso Eucarístico Nacional, que contou com a presença do arcebispo primaz do Brasil Dom Avelar Brandão Vilela.

Personalidade comprometida com o desenvolvimento da cidade, Padre Hildon foi um verdadeiro revolucionário da educação e cultura alagoagrandense, tendo até convidado um pesquisador do Conservatório de Música do Rio de Janeiro para que o mesmo viesse conhecer a Banda de Pífanos de Caiana-dos-Crioulos, mostrando ao estudioso a importância daquela manifestação cultural do quilombo e o valor da música negra.

O baiano Hildon Bandeira ficou no comando de paróquia de Nossa Senhora de Boa viagem por quase uma década e neste período deixou sua contribuição para Alagoa Grande, sendo o seu trabalho reconhecido até hoje.

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