quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Rei do Ritmo



Por Rodrigo Menezes

Figura mais conhecida de Alagoa Grande, José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, nasceu em 31 de agosto de 1919, nas terras da Usina Tanques. Desde pequeno manteve contato com a musicalidade do coco, da ciranda, da embolada, do maracatu e da cantoria de violeiros.

Filho da cantora de côco Flora Maria da Conceição (Flora Mourão) e do oleiro José Gomes, Jackson foi obrigado a ir com os irmãos e a mãe morar em Campina Grande após a morte do pai, em 1930, quando o cantor tinha apenas 11 anos. Lá ele começou a sua vida artística cantando no Cassino Eldorado, e em 1934 vai morar em João Pessoa, onde se apresentava na Rádio Tabajara. Em 1948, é descoberto pelo Maestro Nozinho, que o convida para fazer parte do elenco da Rádio Jornal do Comércio em Recife.

Na capital pernambucana, Jackson faz um grande sucesso com a música “Sebastiana” e é chamado para a Gravadora Copacabana, que grava em novembro de 1953, o seu primeiro disco.

Devido à insistência da gravadora, José Gomes Filho vai com a esposa, Almira Castilho, de navio ao Rio de Janeiro para divulgar o seu trabalho. Com a projeção que ganhou na Capital Federal, Jackson começa a contagiar todo o Brasil com o seu jeito sincopado de cantar. Junto de Luiz Gonzaga e João do Vale, leva a música nordestina a todas as regiões. Logo é nacionalmente conhecido como o “Rei do Ritmo”, vivendo o auge de sua carreira até 1967.

Em 1968, um acidente com o carro em que estava Jackson, a sua segunda esposa Neuza Flores e um amigo, o deixa por um longo período com os braços imobilizados, o que comprometeu sua forma de tocar pandeiro. Devido a isso, o cantor passa por dificuldades, e sua carreira, assim como a de outros cantores nordestinos, começa a declinar. O pandeirista, morre ao 62 anos de idade, após uma apresentação em Brasília no dia 10 de julho de 1982.

O legado deixado por Jackson do Pandeiro à música brasileira é gigantesco, foram 137 discos e 415 músicas gravadas, obra de um valor cultural inestimável, e que até hoje é regravado por artistas de todos os estilos, de Elba Ramalho à Fernanda Abreu, passando por Herbert Viana e Lenine e influenciando grupos como Cabruêra e o movimento Mangue Beat.

2 comentários:

Débora Aquino disse...

do "côco" não né?! do COCO! uheuaheuaheaua

Paraíba Cine Senhor disse...

Obrigado pela correção Débora, já foi ajustado o texto. Erro nosso, desculpe.